terça-feira, 29 de junho de 2010

Mojo edição 200.

A Mojo Music Magazine, considerada uma das melhores publicações de música do mundo, lança em julho a edição comemorativa n° 200. E para celebrar  a ocasião, convidaram o mestre Tom Waits para editar a revista que também vem com um cd recheado de músicas escolhidas pelo próprio. Além disso, todo o conteúdo da edição trás as preferências de Waits, como livros e filmes de Jack Kerouac, Charles Bukowski, James Dean e David Lynch.
A Mojo é uma publicação inglesa, então fica meio difícil de encontrar por aqui e cara também. Mas meu querido irmão Marcel (ele outra vez!) prometeu que vai me dar uma de presente,  então praqueles que não tiverem a oportunidade de colocar as mãos em um clássico exemplar, é só acompanhar o blog no mês de julho que eu divido todas as referências de Tom Waits com vocês. 

Para saber mais:
Post sobre Tom Waits - Well it's got to be a chocolate Jesus (abril).

domingo, 27 de junho de 2010

Great Life, Low budget*



"behind every song there's always an emotion. we don't know why but maybe that's why we love music.
so we've created a way to suggest songs that follow your feelings: stereomood is the emotional internet radio, providing music that best suits your mood and your activities.
how do i feel? what am i doing now?" 
(Introducao do stereomood.com)**


Falando em música pra alegrar o fim de semana, existe um site que é simplesmente perfeito pra essa tarefa. Não só pra essa mas, pra todas as missões e oscilações de humor diárias - você só escolhe a situação ou o astral do momento e começa a rolar uma playlist super adequada. Tem de tudo e pra tudo: das mais inusitadas como feel like crying (com vontade de chorar), need of love (precisando de amor), lost in tought (perdido em pensamentos) - às mais cotidianas como  cleaning (limpeza),  sleepy (pegar no sono), reading (lendo), writing (escrevendo), dinner with friends (jantar com os amigos) e claro, let's party and make love também! 
Pra quem gosta de música e passa horas pesquisando como eu, essa foi a maior invenção e notícia dos últimos tempos. Só nessa hora que eu to aqui escrevendo esse post eu já escutei pérolas como Etta James, The xx numa versão remix super bacana da Florence + The Machine, Lovage, Daft Punk, Queens of The Stone Age e LCD Sound System. O site criado por quatro arquitetos de Milão chama stereomood, e se você se cadastrar pode criar sua própria playlist com as músicas que você mais curte.
Por que cada momento da vida merece sua própria trilha sonora!

*"Baixo orçamento, grande vida" - mais uma das filosofias presentes em stereomood. Aliás, o que você ainda ta fazendo ai lendo esse post?!? Corre lá que tem até uma playlist pra domingo de manhã!

**"Por trás de cada canção há sempre uma emoção. Não sabemos porque mas talvez seja por isso que amamos a música. Então criamos uma forma de sugerir músicas que seguem os seus sentimentos: stereomood é a rádio emocional da internet, fornecendo a musica que melhor se adapta com seu humor e suas atividades.
Como me sinto? O que estou fazendo agora?"

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O x da questão



Música para alegrar o final de semana e a alma:
The xx, trio Londrino formado pelos músicos Romy Madley Croft (vocais e guitarra), Oliver Sim (vocais e baixo) e Jamie Smith (produção e beats). Na formação original, a banda era  composta por quatro integrantes que se conheceram na Elliott School - uma escola de Londres onde também já estudaram músicos do Hot Chip, Burial e Four Tet. 
No final de 2009, a tecladista Baria Qureshi declarou que ia sair do grupo, mas não foi substituída. Nesse mesmo ano, a banda ficou em 6° lugar na "The Future 50 List" da NME (New Musical Express) - revista britânica de música bastante influente. 
A música do The xx conquista à "primeira ouvida"  - um som simples e agradável também qualificado de minimalismo melódico, com referências nem wave e toques sutis de guitarra.
Perfeito para começar bem o final de semana!



 





quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sonhos




Eu sempre sonhei muito. Quando eu era criança eu tinha medo de tudo - principalmente de espíritos, e por isso acontecia de eu ter muitos pesadelos. Eu lembro como se fosse hoje, era só começar a escurecer e já me dava calafrios. Eu tentava de tudo... dormia de luz acesa, pulava pra cama dos meus pais uma noite sim e outra também e cheguei mesmo ao ponto de comprar um duende dos sonhos - que o vendedor jurou que tinha o dom de roubar meus pesadelos e guardar na sua bolsinha. Mas acho que a bolsa do tal duende veio furada...
Bom, meus problemas acabaram quando assisti a um episódio de "O Mundo de Beackman", onde ele ensinava a controlar o conteúdo dos nosso sonhos. Funciona mais ou menos assim, antes de dormir a gente mentaliza muito aquilo que quer sonhar e tem bastante chance de realmente acontecer. Voltando a minha infância, como eu sempre tive a mente muito fértil e era muito medrosa, quando eu deitava eu pensava em coisas assustadoras e acabava sonhando com elas...
Hoje em dia eu ainda sonho muito. Eu costumo dizer que eu tenho duas vidas, uma desperta e outra no mundo onírico. Todas as noites eu tenho um, dois, até três sonhos tão elaborados e criativos que eu nem imagino de que compartimento da minha mente aquilo pode ter surgido. E agora eu to tão escolada na técnica de Beackman que de vez em quando eu ainda mentalizo o que eu quero sonhar, ou acordo no meio de um sonho bom e volto pra ele e até mesmo penso no meio de um pesadelo que eu não preciso ter medo por que é só um sonho.
Geralmente ninguém tem paciência pra escutar o sonho dos outros, mas as vezes acontece de eu querer dividir a loucura que meu cérebro criou na noite anterior - por que nem eu mesma acredito naquilo - e dai as pessoas falam que eu tenho que escrever meus sonhos. Mas como além de sonhadora eu também sou insone, essa movimentação toda provavelmente prejudicaria meu sagrado sono.

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Registrar todos os nossos sonhos seria muito bacana, mas mais bacana ainda é dar vida aos seus sonhos e poder mostrá-los como num filme, exatamente como foi pra gente. E teve um cara que fez isso e transformou os seus sonhos em uma verdadeira obra-prima do cinema.
Sonhos (Yume, 1990) é o registro mais bem feito da imaginação humana, realizado pelo cineasta japonês Akira Kurosawa que além de ser um puta diretor, tem a vantagem de saber desenhar storyboards de todas as cenas de seus filmes.
O filme japonês e norte-americano, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia, é dividido em 8 histórias com mais imagens do que diálogos baseadas em sonhos do diretor e, reza a lenda, que em alguns momentos de sua própria vida. Algumas passagens também fazem referência a fábulas e mitos, ou a acontecimentos históricos reais. No colorido e lisérgico capítulo Corvos, um estudante faz uma viagem por dentro dos quadros do Van Gogh que é interpretado pelo cineasta Martin Scorsese!
Nesta fábula de sonhos, como acontece em tudo na vida, também há espaço para três pesadelos realmente macabros. Mas no geral, o filme aborda a natureza humana e sua relação com o meio ambiente.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Estrangeiro


Albert Camus foi um filósofo e escritor nascido na Argélia, onde cresceu em meio à um cenário de miséria e guerras. Vítima de uma grave crise de tuberculose que quase tirou sua vida, junto com a realidade do país em que vivia, o autor desenvolveu seu estilo literário dentro de um gênero denominado de estética do absurdo (assim como outros autores que o precederam como Dostoiévski e Kafka) - movimento que influenciou e ainda influencia não só a literatura, mas diversos tipos de arte e cultura.
O seu romance mais clássico, O Estrangeiro (L'étranger, 1942) faz parte do "Ciclo do Absurdo" composto também pelo ensaio O Mito de Sisifo e por uma peça de teatro chamada Calígula. Essa trilogia de Camus, em especial o romance que eu tive oportunidade de ler e super recomendo, demonstram bem o absurdo como a principal característica da sua filosofia.
O Estrangeiro narra a história de um homem comum, de gostos e hábitos simples - Meursault. É ele quem nos narra logo no começo do livro, com uma racionalidade que o acompanha durante toda a trama, o falecimento de sua mãe:
"Hoje, minha mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: 'Sua mãe falecida'. Enterro amanhã. Sentidos pêsames'. Isto não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem. (...) Por agora é como se mamãe não tivesse morrido. Depois do enterro, pelo contrário, será um caso arrumado e tudo passará a revestir-se de um ar mais oficial."
A história segue normalmente sem muitos dramas ou grandes acontecimentos, quando nosso pacato protagonista comete um assassinato num momento de delírio causado pelo sol e calor. Durante o julgamento, acusam-no muito mais por ele não ter chorado no enterro de sua mãe, por não demonstrar sentimentos e nem remorsos do que pelo crime que ele cometeu.
A personalidade do protagonista e a maneira que o autor escreve tornam O Estrangeiro uma verdadeira obra prima, e as últimas palavras do personagem ecoam com uma sensatez ausente na sociedade que o julgou e até mesmo atualmente.



Em tempo: O livro é tão bizarro que influenciou o trabalho de vários outros artistas. Os filmes Lo Straniero (1967) de Luchino Visconti, Yazgi (2001) de Zeki Demirkubuz e The Man Who Wasn't There dos irmãos Coen foram baseados no romance, além das músicas Killing an Arab do The Cure e Bohemian Rhapsody do Queen.

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Dedico esse post ao meu sábio irmão mais novo Marcel que foi quem me apresentou a Meurselt (não poderia deixar de fazer essa pobre analogia com a semelhança de seus nomes!).



segunda-feira, 21 de junho de 2010

Oktomat


Lomo Oktomat - LA, CA.

sábado, 19 de junho de 2010

Sobre como batizar seu All Star e tirar aquela cara de branco mais branco de brilhante





A All Star, conhecida por criar várias campanhas com referências de moda, arte e música, divulgou um video mudo muito maneiro produzido pela Nylon Tv. A trilha sonora tem músicas da Edith Piaf, Nina Simone e Roxy Music.

 


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Valentine's Weekend

Nina Simone para começar o final de semana já em clima de romance!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Where your nightmares end...

Um homem flutua pelo espaço e "dá à luz" a uma criatura gosmenta pela sua boca. Em seguida, ele aparece caminhando em uma cidade abandonada. O cenário é  composto  num melancólico tom de preto e branco, cercado por fábricas cinza e velhas. Num jantar nada comum de família, o prato principal ganha vida e expele um líquido nojento, a sogra tenta pegar o futuro genro e depois entrega o que ela diz ser um bebê dele e de sua filha recém nascido - mas a frágil e doente  criatura mal parece com algum traço de humano. Um homem imagina (?) sua cabeça sendo usada de matéria prima para fazer borrachas para pontas de lápis. No fundo barulhos bizarros  de máquinas, chuva, ranger de dentes, coçar de olhos e músicas sinistras se intercalam.  
Esse é o universo de Eraserhead, o primeiro longa metragem de David Lynch e provavelmente um dos filmes mais perturbadores da história do cinema. (Eu ainda não tinha visto a Saló ou Os 120 dias de Sodoma e Gomorra do Pasolini quando comecei a escrever este post, mas isso é assunto pra uma outra hora...)
O projeto de Lynch, que levou cinco anos para ser concluído, começou com um roteiro de apenas 21 páginas e pouquíssima verba - mesmo contando com uma bolsa da American Filme Institute de Los Angeles, ele ainda precisou de grana emprestada dos amigos.  As filmagens rolavam em intervalos esparsos de tempo, o set era montado e desmontado e o ator que interpreta o protagonista Henry Spencer (Jack Nance) além de ter ficado até 18 meses sem filmar, teve que manter seus cabelos rebeldes como os do personagem durante todos esses anos.
Mas o empenho valeu a pena. Em 2004, o filme foi considerado "culturalmente, historicamente e esteticamente significativo" pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e selecionado para preservação no National Film Registry. Já Lynch, conquistou reconhecimento como cineasta e pôde dar vida a outras obras tão incríveis quanto essa.
A fotografia naquele melancólico tom de preto e branco descrito acima, que impõe um clima ainda mais pesado ao filme, ficou a cargo dos fotógrafos Herbert Cardwell e Frederick Elmes (Elmes também fez alguns trabalhos para Ang Lee e Jim Jarmusch, o diretor de Coffee and Cigarettes).
Não existe classificação para Eraserhead - é o tipo de filme que cada um interpreta de sua maneira. Até o próprio diretor não costuma falar sobre ele, mas já afirmou que este foi o seu filme mais espiritual, um "sonho de coisas escuras e perturbadoras". Em outras palavras, um verdadeiro pesadelo lynchiano. 

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As vezes continuamos com as sensações de alguns sonhos  mesmo depois que acordamos, e com bons filmes é a mesma coisa. Eresarhead é de certa maneira, um "sonho" incômodo de lugares inabitáveis e de pessoas que não existem em lugar nenhum. Por isso, e em outras situações que se seguirão, Chocolate Jesus recomenda: alugue uma comédia para assistir depois!
Falando nisso, você já assistiu Tempos Modernos?.....

To be continued...